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sábado, 5 de junho de 2010

“IDE PELO MUNDO E EVANGELIZAI... (Mc 16, 15)”: A MISSIONARIEDADE DE JESUS REFLETIDA NO TRABALHO PASTORAL DA IGREJA

Um dos últimos pedidos de Jesus aos seus discípulos antes de partir foi o de que pregassem o evangelho a toda a criatura. Aos doze ele diz:“15 (...) Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda a criatura. (...) (Mc. 16, 15)”
Eis a missão de cada um de nós cristãos católicos: anunciar o evangelho do Cristo; testemunhar Sua verdade a todo aquele e aquela que esteja disposto ou disposta a ver e ouvir.
Estas últimas palavras de Jesus são a chave do Cristianismo. Isto porque, quando o Cristo disse toda criatura, de fato, estava dizendo a todas as pessoas (cf. Concilium Legionis Mariae, 1996).
A Evangelização como tarefa principal da Igreja e dos cristãos católicos não deve ser vivida apenas dentro dos metros quadrados da Igreja Templo ou da nossa comunidade. Pelo contrário, a ordem de Cristo tem como princípio básico a superação de todos os limites e fronteiras. Ele disse “evangelizai a toda criatura...”, portanto, nossa tarefa de multiplicadores da Sua verdade deve ultrapassar até mesmo os limites da nossa própria humanidade.
De fato, o Mandamento do Sinai não poderia ter outro tom. Buscando repostas em Sua biografia, como anunciador da Boa Nova e do Amor, Jesus jamais mediu esforços para cumprir o que o Pai lhe tinha encomendado. Era um pregador itinerante que procurava traduzir nas imagens mais concretas do dia-a-dia suas verdades. A linguagem era muito simples e direta; levava as pessoas a descobrirem nas coisas mais banais aquilo que nos é oculto e profundo. Por isso as parábolas, as alegorias simples; as muitas cidades da Galiléia e da Judéia; enfim, as grandes multidões de gente de todos os tipos, com todas as necessidades, principalmente daquele que não cessa: a do Amor.
Portanto, ele ordena que assim seja: a toda criatura. Em suas últimas frases, Jesus permite compreender a necessidade de que sua missão seja continuada por quem fica. A Igreja Cristã nasce ali, dentro do próprio mandamento do Cristo. Não há como reconhecer o serviço cristão sem considerá-lo pelo viés da Evangelização.
Mas, como corresponder à ordem de Jesus dentro da Igreja e de nossa comunidade, vista a amplitude de tal missão?
A resposta é muito simples se pensarmos no trabalho coletivo de nossas pastorais e movimentos, que desde sempre buscam cumprir com tal missão evangelizadora. Quando falou aos discípulos que evangelizassem, Jesus jamais pensou em tarefa isolada: “enviou-os de dois em dois...”. A Igreja cumpre seu papel quando permite aos cristãos organizarem-se em grupos e assim trabalharem de modo a atingir as diferentes pessoas, como quis o Cristo um dia.
Os trabalhos pastorais da Igreja e dos diferentes movimentos têm manifestado o propósito Cristão em continuar a Evangelização. É na pastoral da família e na tarefa missionária dos dizimistas; no serviço alegre e desinibido da Pastoral da Juventude e de outras que lutam pelo fim da desigualdade social-econômica-cultural das pessoas; nos carismas e dons compreendidos e manifestados na Renovação Carismática Católica; no trabalho orante e silencioso, mas não menos forte das Legionárias de Maria; na formação, cuidado e zelo com as crianças, os adolescentes e os jovens pela Catequese; na preparação da missa pela equipe litúrgica e na delicadeza do ministério eucarísitco. Em todos estes e outros serviços se compreende correspondida à última Vontade de Jesus antes de partir para os céus.
A missonariedade de Cristo se reflete no serviço pastoral da Igreja, sustentado e alimentado pelo Espírito que envia os dons e capacita aos fiéis no serviço evangelizador, tornando a Igreja santa:

“(...)mas descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força; e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria e até os confins do mundo”. (...).
Conforme se compreende em Bento XVI , "Santidade e missionariedade da Igreja são duas faces da mesma medalha", pois "só na medida em que é santa, isto é, cheia do amor divino, é que a Igreja pode cumprir a sua missão". Portanto, o que tem sustentado a Igreja é o sentido de sua própria missão pastoral santificadora: por todo o sempre EVANGELIZAR, EVANGELIZAR E EVANGELIZAR.

Por Juliane Sales