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quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

INDISCIPLINA NA ESCOLA


INDISCIPLINA NA ESCOLA

Muito se ouve nas salas de professores nos dias atuais, frases saudosas de um tempo em que a escola se dizia tradicional. "Ah, antigamente aluno não respondia professor.."; "bom era no tempo em que a gente ensinava e o aluno aprendia..."; "esses alunos de hoje são muito indisciplinados..."; "antigamente é que era bom, você falava e o aluno obedecia...".
Tais lamentações não se ouve apenas dos educadores com mais de 15 anos de sala de aula, que possivelmente vivenciaram aqueles tais "anos de ouro da escola". Não, professores jovens de profissão também sentem-se acuados e frustrados ao deixarem suas salas de aula todos os dias. A principal queixa é de que os alunos não ligam a mínima para o que se está ensinando e a "bagunça" é o principal foco de sua  atenção.
Sim, minha gente, estamos vivendo um momento em que não se consegue mais ensinar de forma tranquila. Não porque os alunos não aprendam, mas porque não querem aprender. Pelo menos esta é a impressão que se tem ao entrar numa sala de 6º ano, por exemplo, onde os alunos são  ainda crianças, mas já se comportam como adultos, e adultos sem regras e  limites. É a tal vilã da atual prática de ensino na escola, a (IN)DISCIPLINA.
Estudiosos apontam que muitas são as causas da indisciplina. É um tema  recorrente de pesquisas na área da Educação e da Psicologia Educacional. Embora não sejam poucos os estudos voltados à compreensão do fenômeno (fenômeno sim, devido a proporção que tem alcançado nas escolas em todo Brasil), o problema é cada vez mais acentuado e se desdobra em diferentes níveis, desde a relação professor-aluno, aluno-escola, aluno-aluno, sociedade-escola. De fato, nota-se que a preocupação se amplia não mais em reconhecer as causas da (in)disciplina, pois essas já são reconhecidas desde sempre. Mas em resolver o problema, buscar as soluções que de fato atenuem os eventos de (in)disciplina na escola e na sala de aula e reorganizar a relação aluno-escola/professor e vice-versa dentro do ambiente escolar.
Por mais que se busquem as soluções e se apliquem-nas, o problema parece não se resolver.
O pior é que a (in)disciplina resulta em problemas tanto quanto sérios na escola como reprovação, evasão, bullying, violência. O que fazer então? O professor é o principal refém nesse embolo e o aluno, que ainda resguarda a responsabilidade de ser um  aluno por excelência, também.
Quem é o culpado da (in)disciplina na escola e na sala de aula? O aluno, o professor, a própria escola, muitas vezes opressora e ainda tradicionalista? Mas, de acordo com o saudosismo docente citado anteriormente, não era na escola tradicional que não existia (in)disciplina?
A família e sua desestrutura social apontada por aqueles que se dedicam cientificamente a compreendê-la dentro do atual contexto social, também é citada milhares de vezes como a fonte propulsora da (in)disciplina escolar. Pais que não conseguem dar limites aos seus filhos, que compensam a ausência com coisas materiais e deixam que terceiros os eduquem; filhos sem pai e avós-mães dos netos.
Ah que "problemão"!
De fato, ainda não se sabe como resolver o problema da (in)disciplina. Caminhos são apontados sempre, mas não  têm resolvido muito. Talvez seja um problema da própria estrutura social em que nos encontramos e que a escola atual é legalmente obrigada a absorver. "Ah, mas a escola moderna precisa ser inclusiva". Sim, mas desde que se tenha uma estrutura para isso. E não se fala aqui de estrutura física somente, mas de material humano academicamente preparado para tal diversidade.
Na realidade que se tem, o professor lida com turmas de no mínimo 35 alunos, entre eles todo tipo social, incluindo alunos com necessidades especiais, em salas pequenas e abafadas, com apenas um ou dois ventiladores, o giz e o quadro-negro. Além disso,   tendo que mostrar competência polivalente para lidar com a carência de um, a grosseria de outros, as dificuldades de aprendizagem de muitos e ainda ensinar a matéria que se propôs a ser transmissor. E este professor que se preparou para uma área específica do conhecimento, precisa então competentemente corresponder a  uma exigência plural que a situação submetida lhe requer. E se não der certo, lá no final será o primeiro culpado! 
É preciso que se compreenda que a (in)disciplina na escola e na sala de aula é  problema de todos, já que a escola está aberta a todos. Família, sociedade e escola precisam buscar as soluções juntas, pois como se tem percebido, o problema da (in)disciplina é um desajuste resultante do próprio desajuste dessas três instâncias sociais.
Uma Família que tem-se configurado em diferentes modelos; uma Escola ainda aprendiz de uma estrutura pedagógica plural; uma a Sociedade patologicamente fadada à violência. A transformação positiva e a revalorização da vida humana dentro de cada uma dessas três facetas da sociedade pode ocasionar reorganização de todo esse caos com que se lida todos os dias.
Talvez se diga isso uma Utopia. Mas se pensar-se que toda essa grande mudança se faz pelas pequenas transformações, talvez se chegue à realidade sonhada daqui a algum tempo. Um pai que busca o filho na escola e se interessa de verdade pelo que ele fez durante o dia; uma mãe que não abnega de sua responsabilidade em criar e educar seu filho; um professor que pára para ouvir os alunos num momento de conflito; um aluno que cumpre com sua obrigação que é simplesmente estudar.

Juliane P. Sales

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE VERBOS E TEMPOS VERBAIS



SEQUÊNCIA DIDÁTICA DE LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE POEMA
                                   6º E 7º ANOS – Escola Paroquial São Pedro
Esta sequência pode ser aplicada a alunos do 6º e 7º anos do Ensino Fundamental que tenham sido introduzidos ao conteúdo de verbos e tempos verbais e estejam estudando o gênero poético:

 I

INFÂNCIA (Lalau)

Chutei bola na chuva,
Roubei laranja, banana,
Goiaba e uva,
Xinguei a professora,
Apanhei dos mais velhos,
Bati nos mais novos,
Quebrei uma duzia de ovos,
Rachei a cabeça,
Cortei o dedo,
Tremi de medo,
Escorreguei na lama,
Fiz xixi na cama,
Soltei pipa,
Esfolei o joelho,
Criei um coelho,
Andei no mato,
Perdi um sapato,
Pesquei na represa,
Ganhei um presente,
Tive dor de dente,
Caí do muro,
Chorei no escuro,
Faltei na escola,
Descobri um tesouro,
Sonhei com besouro,
Libertei passarinho,
Fui uma história em quadrinho
                                               


INTERPRETAÇÃO
1.      Sobre o que o poema está falando?
2.      Veja os versos:

Chutei bola na chuva,
Roubei laranja, banana,
Goiaba e uva,(...)
    
Quebrei uma duzia de ovos,
Rachei a cabeça,
Cortei o dedo,(...)
Soltei pipa,                                  
Esfolei o joelho,
Criei um coelho,
Andei no mato,
Perdi um sapato,
Pesquei na represa,(...)
a)      Na sua opinião, quem está falando sobre suas brincadeiras de infância? Um menino ou uma menina? Por quê?
b)      Na sua opinião, esse menino ou menina ainda são crianças ou não? Por quê?
c)      Esse menino ou menina foi uma criança feliz? Por quê?  
d)      Você também brinca ou já brincou de algumas dessas brincadeiras?

3.      O texto Infância é um:

(    ) conto                              (    ) poema                  (    ) notícia

4.      Quantos versos há?

5.      Quantas estrofes?


6.      Você viu ao final de cada verso que as palavras combinam os sons uva/chuva, novos/ovos, joelho/coelho. Isso nós chamamos de rimas do poema. Pense em rimas e complete os pares de palavras:

RIMA: É A COMBINAÇÃO DE SONS ENTRE UM VERSO E OUTRO


Banana/............
Bola/...............
Porta/.............
Céu/.................

Mel/................
Uva/..................

ANÁLISE LINGUÍSTICA
7.      Veja as palavrinhas destacadas neste trecho do poema. Que tipo de palavras são essas?

(   ) substantivos     (   ) verbos      (   ) adjetivos     
8.Complete as famílias de palavras:
verbo
substantivo
adjetivo
quebrar
quebra
quebradiço
rachar



escorregão
escorregadio

9.No poema o poeta nos conta sobre as brincadeiras que fazia quando criança. Para isso ele usa os verbos no:
(   )passado        (     ) presente         (    ) futuro

11.Complete a tabela dos verbos:

passado
presente
futuro
Forma natural
andei
ando

andar
fui

irei
ir

faço
farei

perdi
perco

perder

12.Reescreva os versos abaixo, passando os verbos para o futuro:
                                  PRESENTE                                         FUTURO
Fiz xixi na cama     ............................                              .................................
Soltei pipa             ..............................                            ................................
Criei um coelho      ... ...........................                           ................................
Andei no mato        ............................                              .................................
Perdi um sapato     ...........................                                 .................................


PROPOSTA DE PRODUÇÃO (POEMA)
Você viu que no poema todos os verbos estão no passado (pretérito perfeito do  indicativo). Isso porque o eu-lírico (a voz do poema) que já não é mais criança, fala da sua infância passado, das brincadeiras que fazia. Certo!

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013



TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS     
 (OBS: através desta atividade vamos conhecer um pouco mais sobre os diferentes gêneros textuais a partir de sua finalidade)

Leia as receitas abaixo e analise-as conforme as questões. Observe que o foco a perceber são os tipos e os gêneros textuais que dão forma e finalidade a estes textos

Texto 1
Lasanha à recessão gratinada
Ingredientes
1 membro presidenciável da Academia de Letras
1 pitada de violência
1 ano de salário congelado
2 salários de fome (vulgo salário mínimo)
5 cidadãos desnutridos crus
5 baldes de promessas do tipo “prometo zelar pelos interesses do
povo brasileiro sem jamais pensar em interesses pessoais”
3 tabletes de clichês famosos como “O Brasil é um gigante adormecido”.

Modo de preparar
Deixe de molho por algumas horas, nos baldes de promessas,
o ingrediente presidenciável, os salários de fome e os cidadãos desnutridos crus.
Agora refogue o salário congelado com a pitada de violência.
Misture os ingredientes e leve ao forno quente para gratinar por duas horas.
Polvilhe com clichês famosos e sirva em porções mínimas.
                                                                           (retirado da web, com adaptações)

Texto 2
Espaguete com Brócolis e Tomate seco
400g de espaguete
1 xícara (chá) de brócolis cozidos
1 tomate seco em tirinhas
2 colheres (sopa) de azeite
1 dente de alho picado
Sal e pimenta-do-reino a gosto                              

Cozinhe o macarrão em água quente abundante com sal.
Escorra e reserve. Em uma frigideira grande, aqueça o azeite e refogue o alho até 
dourar. Junte o brócolis e o tomate e tempere com o sal e a pimenta-do-reino.
Ponha o macarrão, mexa e sirva em seguida.


Texto 3


RECEITA DE PÃO

é coisa muito antiga
o ofício do pão
primeiro misture o fermento
com água morna e açúcar
e deixe crescer ao sol

depois numa vasilha
derrame a farinha e o sal
óleo de girassol manjericão

adicionado o fermento
vá dando o ponto com calma
água morna e farinha

mas o pão tem seus mistérios
na sua feitura há que entrar
um pouco da alma do que é etéreo

então estique a massa
enrole numa trança
e deixe que descanse
que o tempo faça a sua dança

asse em forno forte
até que o perfume do pão
se espalhe pela casa e pela vida

Roseana Murray




a)Os textos acima podem ser classificados como:  (Marque mais de uma opção se possível)

(A)   crônicas
(B)   contos
(C)   receitas
(D)  artigo de opinião
(E)   poemas

b) Explique por que se pode afirmar que a receita 2 está ligada às atividades de cozinhar, mas as receitas 1 e 3, não?
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c) Observe a estrutura textual das três receitas: em que elas são diferentes?
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d) Com que objetivo, ou finalidade, você acha que foi construído o texto da receita 1? (Se refere a que contexto social? Quem seriam as pessoas a seguir tal receita? Para realizar o quê?)
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e) Quais dos três textos ligam-se às finalidades de criticar, ironizar e ensinar?
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e) Os três textos estão ligados à sequência narrativa, descritiva, injuntiva ou dissertativa? Por quê?
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2.Leia o texto abaixo:
A cigarra e a formiga


A cigarra, sem pensar
Em guardar
A cantar passou o verão.
Eis que chega o inverno, e então,
Sem provisão na despensa,
Como saída, ela pensa
Em recorrer a uma amiga:
Sua vizinha, a formiga,
Pedindo a ela, emprestado,
Algum grão, qualquer bocado
Até o bom tempo voltar.
_até agosto chegar,
Pode estar certa a Senhora:
Pago com juros e sem mora.
Obsequiosa, certamente,
A formiga não seria.
_ Que fizeste até outro dia?
Perguntou á imprevidente.
_Eu cantava, sim Senhora,
Noite e dia sem tristeza.
_Tu cantavas? Que beleza?!
Muito bem: pois dança, agora...
Moral da história: Primeira a obrigação, depois a diversão



FABRIQUILLA
Hoje é o aniversário do Guga, meu filho. Comemoramos em alto estilo, o Luis, meu neto, nos presenteou com horas de sono. Descemos até o pueblo (Cenes de la Vega) e almoçamos num restaurante simpático, um banquete: com a minha taça de vinho de Granada ganhei um pratinho grátis de paella, depois comemos uma salada maravilhosa, com atum espanhol, bacalhau fresco, lula na brasa. Então pegamos a estrada para Guejar Sierra e descemos até a beira do rio, chegamos num restaurante lindo que se chama FABRIQUILLA, uma antiga estação de trem e era como se estivéssemos em Visconde de Mauá, todo o verde, o rio encachoeirado, o cheiro da mata, a umidade, me senti transportada, em casa.
Ontém fui ao mercado árabe de Granada. Impactante.
E amanha é meu último dia. Durmo em Madrid e dia 4, volto para Saquarema.

ROSEANA MURRAY nasceu no Rio de Janeiro, em 1950. Graduou-se em Literatura e Língua Francesa em 1973, pela Universidade de Nancy. Publicou seu primeiro livro infantil em 1980 e desde então tem quase 60 títulos publicados. Recebeu o Prêmio “O Melhor de Poesia” da FNLIJ nos anos 1986 (Fruta no Ponto, ed. FTD), 1990 (Artes e Ofícios, ed. FTD) e 1997 (Receitas de Olhar), O Prêmio APCA em 1990 com Artes e Ofícios e também recebeu o Prêmio Academia Brasileira de Letras em 2002 com o livro Jardins em parceria com Roger Mello.Desde 1994 faz parte da Lista de Honra do I.B.B.Y

a)            Dos três textos, qual se caracteriza como uma fábula?Que aspectos permite essa definição para o texto?
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b)            Qual dos três textos nos parece um trecho de diário pessoal?Explique.
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c)            O texto 3 apresenta informações sobre a vida da poeta e escritora Roseana Murray. É uma Biografia, um texto sobre a vida de alguém. As biografias basicamente têm como tema “a vida de uma pessoa”. No caso deste texto, temos a vida de uma escritora. No entanto, este tema pode ser abordado no texto a partir de diferentes objetivos. Pode-se escrever uma biografia para relatar informações sobre o lado pessoal, lado profissional, fatos relacionados a diferentes fazes da vida e das escolhas feitas pela pessoa em cada uma delas, ou a descrição da obra desse autor ou das coisas realizadas por ela. Em sua opinião, que aspectos ou informações sobre a vida da poeta são relatadas na biografia de Roseana Murray ?
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d)            Em quais dos três textos predomina a narração nos três textos? Explique.
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3.Leia o texto abaixo:


BIOGRAFIA POÉTICA
De metalúrgico
A sindicalista.
Daí foram 20 anos
À presidência.

Quis igualar a zero
Do povo a fome
-Idealismo de um sonhador! -
Dizem muitos,
Fez a história de um homem.

Popular de muitos,
Querido de poucos.
País de todos, promessa cumprida?
Quase por pouco.

Faltou-lhe mais coragem
Não de assumir sua história,
Esta de todos é sabida
Mas, da corrupção escapar.

Deixou pra sempre na memória do povo
Que vale a pena lutar.
Talvez tenha sido um erro
Tornar-lhe da Pátria O singular.
Por oito anos, notável se fez,
Senão por méritos honrosos,
Ao menos por tornar concreta
Sua Vez.

Juliane P. Sales         


a)     Em que gênero textual podemos caracterizar este texto? Explique.
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b)    De fato, o  texto BIOGRAFIA POÉTICA cumpre que finalidade (isto é, tem qual objetivo comunicativo?
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4. Depois de todo esse exercício de leitura, assinale as alternativas que melhor traduzem conceitos sobre os tipos e gêneros textuais na atividade comunicativa humana.
(A) um texto é toda e qualquer unidade de informação no contexto da interação e comunicação que dependendo do contexto interativo-comunicativo e das intenções de quem o produz (o interlocutor) se organiza em determinada forma (gênero) e para determinado objetivo comunicativo (tipo textual).
(B) todo gênero textual cumpre uma função comunicativa podendo ligar-se a uma finalidade: narrar, descrever, convencer, informar, relatar, instruir, divertir etc.
(C)as sequências narrativas só podem ser encontradas em gêneros como fábulas, contos, crônicas narrativas.