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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

MÍDIAS NA EDUCAÇÃO

Juliane Pereira Sales


A comunicação entre as pessoas no mundo contemporâneo é permeada pela mediação das novas tecnologias da informação e comunicação (TIC’s). A internet de fato revolucionou a forma como as pessoas se relacionam hoje em dia. Não apenas no sentido do acesso à informação mediata, a participação em comunidades e redes sociais, mas também as formas de aprender dentro e fora da escola não são mais as mesmas há muito tempo. Pelo menos, não em relação ao público-alvo do trabalho pedagógico da escola.
Quanto de nós já não consigo aproximar o saber dos alunos através de aulas puramente orais, fechadas em quatro paredes. Em nossas escolas hoje, lidamos com alunos exigentes e experientes no que se relaciona às novas formas de interação e comunicação coletiva e interpessoal por meio das novas mídias. Este aluno já não pensa, age ou se comunica como seus pais ou avós. Pelo contrário, é fruto de uma geração em que as ondas eletromagnéticas dos celulares, as páginas sobrepostas da internet e a facilidade da comunicação cibernética vêem mudando não só a forma como as pessoas lidam com a informação e o conhecimento, também as maneiras pelas quais o produzem e divulgam e como apreendem o mundo. Como atesta Pereira “se antes o jornal e os livros já o faziam, isso foi bastante expandido pela massificação do uso dos novos equipamentos, e tem alterado substancialmente a forma de nos comunicarmos.”
Essa sociedade é tão exigente neste aspecto que é possível considerar que há necessidade de rever as formas de produção, divulgação e apropriação do conhecimento e das informações para que se consiga, de alguma forma, satisfazer os gostos. Eis, portanto, o grande desafio da escola e dos professores: incorporar em seu ambiente de ensino-aprendizagem as novas mídias (rádiotv, computador e internet principalemnte). Mais que isso, enxergar o potencial pedagógico dessas novas formas de conhecer e perceber o mundo.
Frente a isso, a escola tem necessitado bbaprender novamente a ensinar. Isto porque não cabe mais ao gosto exigente do aluno cibernético apenas o quadro e o giz, o livro didático e o caderno.
Em sua experiência junto às escolas de Ensino Fundamental de Florianópolis, em que faz um mapeamento das experiências escolares com as mídias nas escolas de Ensino Fundamental em relação á produção de trabalhos escolares, Pereira evidencia que a dificuldade maior para tornar as mídias cada vez mais parte da rotina escolar de professores e alunos não está na “falta” dos equipamentos (Rádiotv, TV, computador e internet, máquinas fotográficas, filmadoras e etc), mas na ausência de material humano que domine a prática pedagógica dos mesmos dentro e fora da sala de aula. Segundo o autor, muitos gestores não parecem levar em conta que muitas das professoras atuais nasceram em um mundo sem muitas das mídias disponíveis hoje e que suas dificuldades em inserir determinada mídia em sua sala de aula consiste neste bloqueio cultural e até histórico da sua própria formação (cf. p. 209).
Temos, portanto, educadores que estão para um público exigente, cuja tarefa é auxiliar na formação de sua cidadania. Mas estes mesmos educadores experiemntam o dilema de não dominar os conhecimentos e competências que sejam mais adequadas às exigências cada vez mais tecnológicas deste aluno século XXI. Ratifica-se a afirmação de Silverstone (2003, p. 58) a
cidadania do século XXI requer um grau de conhecimento que até agora poucos de nós tem. Requer do indivíduo que saiba ler os produtos de mídia e que seja capaz de questionar suas estratégias. Isso envolveria capacidades que vão além do que foi considerado alfabetização em massa na época da mídia impressa.
Ensinar e aprender através das diferentes mídias é vivenciar novas habilidades de leitura, escrita e produção do saber tanto para o aluno quanto, também, para o educador. Como atesta o citado autor, “as mensagens das mídias são textos complexos, que possuem gramática própria e que são usados para expressar conceitose idéias sobre o mundo” (CENTER FOR MEDIA LITERACY, 2003 apud PEREIRA). Isso não significa abandonar o livro, o jornal impresso, o quadro e o giz. Pelo contrário, estes também são mídias. Mas somar aos mesmos, novas experiências que se aproximam da realidade deste aluno cidadão do futuro, que usa o computador para escrever, a internet para se comunicar, o celular para fazer compras e outras coisas.
Para os educadores que estão na Escola ainda e que, por isso, precisam vivenciar essas experiências midiáticas na Educaçao para poder ensinar melhor e mais significativamente esse aluno, o caminho mais seguro é o da troca de experiências com o aluno que domina tudo isso inato. É o caminho da pedagogia mediadora, dos projetos e planos concretos de ensino sempre utilizando dos meios e veículos tecnológicos enquanto feramentas


REFERÊNCIA


PEREIRA, Sílvio da Costa. Mídia-Educação no contexto escolar: mapeamento crítico dos trabalhos realizados nas escolas de Ensino Fundamental em Florianópolis. In: TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO: ENSINANDO E APRENDENDO COM AS TC - GUIA DO CURSISTA. Brasília, 2010. pp. 200-2010. Disponível também em http: //www.anped.org.br/reunioes/31ra/1trabalho/GT16-4061—Int.pdf.

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